Os anos passam e o medo aumenta, é estranho, é como se tivéssemos maior habilidade para determinadas situações ao mesmo tempo em que se forma uma couraça ao longo do corpo.
Quando era pequena, não tinha medo do mar, entrava até depois das ondas, até me berrarem para eu voltar, seja lá porque tinha gente me olhando, seja porque eu achava que seria impossível alguma coisa séria me contecer, ou que eu seria capaz de nadar tanto quanto fosse necessário.
O fato é que com o passar dos anos, aquela obrigação de felicidade a qual nos incluímos se dilui. Ao tomarmos leves pancadas, tapas, porradas maiores que nos deixam manchas arroxeadas, feridas, cicatrizes ou até cortes mais profundos, perdas de órgãos, mudança de pele, etc..
Mas o que mais me amedronta atualmente é a impossibilidade de amar.
Tomo conta do meu coração como um soldado da monarquia inglesa, fria, calculada, estática e racional. O que não me deixa feliz pelo meu notório comportamento vivo e intenso.
Não tenho medo da intimidade, acredito nos encontros das almas, sim, e vibro por essa possibilidade mágica, quase que milagrosa.
Mas tenho medo da morte, da pancada mais forte, da amputação.
Por isso estou como um soldado da rainha. Mesmo assustada com isso.
Rodhinha,
ResponderExcluiracho que a onda agora é tentar desfazer a dureza e não entrar de vez nesse modo contínuo de pasmaceira solitária que se instaurou como sendo o jeito das relações atuais por aí! Resista coração! O amor não vai chegar. O amor está.
bjs*