21.6.09

a primeira vez que fui numa casa de swing


Quando vi que a ligação era de uma amiga que havia marcado de ir numa casa de swing, uma semana atrás, às 3 horas da manhã de uma noite com várias doses de uísque....

Rá! Lembrei, agora não tinha mais jeito.

"Você lembra o que marcamos hojeeee?"

Ai meu Deus, e agora, não podia deixar de ir com a coleguinha que queria pegar o cara que tocava lá. "Mas ele toca o que lá, meu pai?", perguntei já pensando na bizarrice da situação.

Eu tinha que arranjar um homem porque só pode entrar casal. Pensei que seria fácil, depois achei que poderia encontrar um homem qualquer na porta, depois essa última possibilidade seria um tanto quanto constrangedor e perigosa...

Liguei para um "trepê" que tem uma banda de punk rock e gosta desse submundo, mas tava "fora de área".

Dei graças a Deus. O que eu iria fazer lá com ele, meu pai? Que loucura!!

Pensei em desistir, desligar o celular, sei lá!


Mas sinceramente, sempre tive curiosidade de ir num lugar desses, pesquisar, "cientificamente".

Então mandei uma mensagem para um amigo e ele topou na hora. Ufa! Me senti confortável na hora... Ele estaria lá com o mesmo intuito que eu e sem querer me comer. rs


Demorei um tempo em frente ao armário me perguntando "que roupa se vai numa casa de swing?" Coloquei uma calça jeans, "para não correr muito risco", uma blusa preta e salto alto.


Então fomos, descemos do táxi, "Não ri Camila, finge que a gente é casal". Ele não largava de mim, não sei se por medo da situação ou querendo me proteger mesmo.

Na entrada falei que meu nome tava na lista. A moça perguntou se era na lista de um ator global. Disse que sim na hora, e tava lá... nem sabia que o carinha que minha amiga queria pegar era uma global, muito menos que globais tocavam em casa de swing.


O primeiro andar, é como uma boate, só que cada casal fica bem juntinho e olhando para as outros que chegam. Alguns casais, ainda timidamente começam a conversar entre si. Apesar de um pouco de medo do desconhecido, falei para meu amigo desgrudar, só um pouquinho de mim. "Vc veio aqui para trepar, é isso? É isso?" Não acreditei na sinceridade daquela pergunta. Não acreditei na situação que estávamos, comecei a rir, achei tudo engraçado, era uma graça nervosa.


O lugar era bonito, bem boate moderna, com muitos vidros e ferros, a iluminação era toda moderna, (de dar inveja em qualquer teatro!), o atendimento era rápido, gentil e observador. Meu amigo queria fumar e pedir uma bebida, eis que vem um segurança e fala que teria que fumar lá fora e junto chegou um garçon para levar a bebida. Num outro momento também, meu amigo estava só, no bar e um dos funcionários lhe disse que "sua mulher está no segundo andar". Ele sorriu e disse "Tudo bem...deixa ela lá." rs


A minha amiga me buscou no primeiro andar e me levou para o segundo, onde havia o camarim e também a sucursal do inferno. Entrei direto no camarim, onde me ofereceram um Black Label e é claro que, pronto! Já fiquei em casa tomando uisquisím com segurança na porta. Momento relax.


Assim que começou o strip tease, saímos do camarim e fomos assistitir numa varandinha de "vidro", em frente as apresentações. A primeira striper nem era tão bonita, mas com certeza tinha feito escola de circo, porque ela subia e descia daquele ferro que tinha sei lá! Uns 9 metros de altura! Ela subia rapidamente sem calcinha, encaixando a piriquita no ferro ou abrindo a mesma para o público, segurando-se apenas com os braços.


A segunda, nossa! Começava dentro de uma fantasia que cobria todo o seu corpo de preto. Ela usava uma mácara e luvas brancas, junto com uma peruca laranja. Era tudo muito bizarro com uma trilha de música infantil. De repente tirava a roupa e dava para ver o seu corpo super sarado. A princípio pensei que fosse um homem, mas os seus peitinhos quase de pré adolescente e seu quadril não deixavam dúvidas. Era uma mulher diaba! A música tinha som de chicotadas e não sei até agora se ela tava com chicote ou não, porque ela fazia o movimento do chicote batendo. Depois com duas velas grossas, começou a jogar o que derretia na língua que mexia feito uma cobra. Respingava pela barriga... de longe era uma imagem de porra grudada na boca, no corpo.. não parando por aí, ela começou a queimar os pêlos da pixirica...arreganhou as pernas e foi até o cú. até apagar o fogo.

So bizzar!

Impressionada,aplaudi aquela diaba com "u-huu" e tudo!


Depois veio um cara muuuuito gostoso com uma tatuagem no braço e sua sunga azul. Nossa, o cara era gostoso. Puta que pariu! E olha que ando conhecendo stripers por fazer um número (teatrinho!) em um cabaré. Mas nada igual aquele homem. Enfim... O homem botou o pau para fora e começou a esfregar no ferro, minha amiga "Olha o que ele tá fazendo com aquele pau Camilaaa! Ui...." Depois ele pulou em cima de uma mulher que tb estava assistindo, tanto qunato eu... e esta começou a chupar... gente.. não acreditei. Eis que o cara me vê lá na varadinha, e pula até a varandinha!! Eu saí correndo na hora, fui para atrás do global. E o striper fez umas gracinhas que eu nem consegui ver direito, tamanho o meu nervosismo, depois desceu e começou a representação de uma suruba cafona com as 2 stripers. Tocava "The return to yourself..."

Puta que la merda.


Aí começou a suruba no segundo andar. Quando a gente saiu da varandinha, já tinha um casal trepando num espaço aberto entre a sucursal do inferno e o camarim. São 3 colchões de couro preto de diversas alturas, para diversas posições. O povo passava e o casal lá. A mulher arreganhada e o homem com a bunda de fora metendo. Fui afobada na frente e quando me vi sozinha um homem com sua mulher me passa a mão nas costas. Vixi que senti um leve despero e nojo e corri para o camarim me confortar com o Black Label querido.



Papo vai papo vem, fiquei sabendo que no fim de semana anterior uma bunda louca abriu a porta do camarim e começou a rebolar para os 3 meninos da banda. Disseram eles que só ficaram rindo da situação inesperada.


No camarim tinha uma janela de vidro, que eles taparam com um plástico preto, mas toda hora levantávamos para ver o que estava acontecendo. Numa hora tinha uma mulher de quatro com a cabeça virada para gente e um homem atrás. Fechei a cortina. Depois abri e tinha uma mulher com as pernas abertas, nua, com sua bota preta e o homem velho e gordo, com a calça arriada mandando ver.


Pensei nessa condição da mulher em posições que os homens adoram.

Tive a leve impressão que elas não estavam sentindo prazer.


ok! Minha amiga pegou o gatinho, hora de ir embora. Mas cadê meu amigo? Eu só poderia sair de lá com ele! Crio coragem de entrar na "sucursal", mas a escuridão e a confusão de pessoas, que não dava para entender o que era o quê... me fez retornar e pedir para que um menino da banda me desse a mão para que eu achasse meu amado amigo. ui!

Respirei e fui.. Tinha cabine em pé de vidro com um ferro no meio, tinha outra que nem sauna, com o vidro meio embaçado, tinha cabine que não dava para ver nada, só a montoeira de pessoas na porta, tinha outra com a luz acesa, em que os homens assistiam um casal e se masturbavam. Eu passava e soltava o nome do meu amigo pelas cabines..

Até que ele apareceu e fomos.

Ele me disse que ficou observando tudo enquanto eu tomava uísque, de patroa.

Disse que as mulheres pareciam mercadorias de troca, que os homens já vão colocando a cabeça delas no pau deles, as coloca de quatro e tal...


Quando o taxista me deixou em casa, prosseguiu com o meu companheiro guerreiro da noitada. Ele perguntou " Tua amiga é prostituta?" "Não, por quê?" "Ela tem cara de puta" "rs'


No dia seguinte assim que meu amigo saiu do trabalho, veio aqui para casa, assim que entrou, fechou a porta e disse:

"Aquilo é o inferno! As imagens não saem da minha cabeça!
Se existe inferno, lá é o lugar!"

Imagem acima do cartunista Angeli.

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